quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

A Origem dos Cães

                                                        ORIGEM DOS CÃES



A Cerca de 15 mil anos atrás, ocorreu uma grande mudança comportamental que interferiu de forma profunda nos
rumos da humanidade. O homem parou de migrar em busca de recursos e aprendeu a
plantar, dando início ao surgimento da AGRICULTURA, até aquele momento, rudimentar.
Com a possibilidade de plantar seus próprios recursos, os homens passaram então a se
agrupar e viver em pequenos vilarejos, abandonando a condição de nômade, evidentemente mais custosa para sobrevivência (tanto caçar quanto coletar alimentos era
uma atividade muito trabalhosa e perigosa).

Nessas comunidades primitivas, havia produção de uma grande quantidade de lixo que era
descartado nas periferias, tais como restos de comida, frutas podres, ossos, etc. Lixo para
os seres humanos, porem comida grátis para uma série de animais que viviam na natureza
ao redor. Entre esses animais estava o lobo, animal que tem um comportamento anti-social,
tendendo a fugir com a aproximação humana. É a partir desse ponto que entra o conceito
de SELEÇÃO NATURAL citado anteriormente. Dentre uma população de lobos, havia aqueles
que eram mais “mansos”, que conseguiam se aproximar desses lixões para se alimentar e,
conseqüentemente dos humanos. Conseguiam se alimentar e se reproduzir melhor que os
lobos com comportamento mais anti-social, passando adiante os seus genes.
Com o passar do tempo já havia dois tipos de lobos: o original, totalmente selvagem e
aqueles mais amigáveis, que conseguiam estabelecer certa aproximação com os humanos.
Um novo animal estava por surgir, o lobo selvagem (Canis lupus lupus) estava
gradativamente dando origem aos cães (Canis lupus familiaris), que além de apresentarem
uma significativa mudança comportamental, como o fato de se tornarem mais amigáveis e
aumentarem a complexidade do latido para comunicação com o humano, também estavam
adquirindo uma aparência bem distinta. Por exemplo, o corpo e o cérebro estavam se
tornando menos avantajados, já que para se alimentar de restos fornecidos pelos humanos
era necessário menos força física e inteligência destinada a estratégias de caça, que por
outro lado eram características essenciais para os lobos predadores.

Cerca de 9000 anos A.C, surge um novo avanço na
humanidade: a PECUÁRIA, trazendo na história
esta espécie de lobo mais adestrado, que passou
a cuidar dos rebanhos, onde, mais uma vez, hoje
temos tipos de pets que são ótimos para esta
finalidade. Alguns cachorros eram talentosos para
conduzir rebanhos, proteger ovelhas e bois. Estas
habilidades viraram um grande critério de seleção
entre os cães, sendo que os que mais se davam
bem entre as pessoas eram os que executavam
melhor essas tarefas.

O homem passou a fazer uma SELEÇÃO ARTIFICIAL, provocando cruzamentos entre animais
mais eficientes para execução de tarefas. A partir deste momento, os cães começaram a se
diversificar, dando início as primeiras raças.

Posteriormente, com o desenvolvimento do meio urbano, esse critério de seleção foi se
alterando. Os animais passaram a ser selecionados não somente pela sua função, mas
também pela impressão física que causava aos seus donos humanos, que iniciaram uma
busca desenfreada por variedade de aparência e beleza. Imagine por exemplo uma ninhada
onde os filhotes possuem uma orelha um pouco mais comprida que o convencional. Seu
criador, querendo evidenciar cada vez mais essa característica recorria ao INCESTO,
cruzando indivíduos aparentados por várias gerações até tornar-se aquela característica
bem evidente, de forma que tivesse uma satisfação pessoal com a aparência do animal que
ele idealizou.
Esta pratica era altamente difundida nos canis, onde seus proprietários realizavam
constantemente cruzamentos entre irmãos, entre pais e filhos e até entre avós e netos, tudo
a fim de reforçar características pessoalmente desejáveis. Surgem características negativas
chamados de defeitos genéticos como, por exemplo:

*Síndrome do cão braquicefálico.
*Necrose asséptica da cabeça do fêmur.
*Displasia coxofemoral.
*Discoespondiloartrose.
*Neoplasias.
*Cegueiras.
*Problemas cardíacos.
*63% dos Golden Retrievers tem câncer.
*80% dos Colliens ficam parcial ou totalmente cegos.
*47% dos São Bernardos sofrem de displasia coxofemural.
*Os SRD ou cães “vira-latas” possuem uma alta variedade genética, portanto,
apresentam menos defeitos genéticos e podem ser mais resistentes a diversas
enfermidades.

Enquanto isso, animais com aparência "indesejável" eram castrados ou sacrificados.
Surgiram em pouco tempo uma grande variedade de raças com as mais diversas aparências,
porem essa busca desenfreada pela variedade e pela beleza acabaria levando a vários
problemas, pois como todos nós sabemos esse tipo de cruzamento entre indivíduos
aparentados pode gerar diversos defeitos genéticos.

A proximidade genética entre esses animais de raça é tamanha, que animais de raças iguais
em continentes diferentes são quase como se fossem irmãos. Por outro lado, os chamados
SRD ou cães “vira-latas” possuem uma alta variedade genética e, portanto apresentam

menos defeitos genéticos e podem ser mais resistentes a diversas enfermidades.


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